quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Amidon de Blé.


Eis que o instinto ruge. E uma vontade surge.

A vontade de correr com minha matilha. Aquela antiga, tanto a matilha quanto a vontade. À qual os riscos não se calculavam. Nem a matilha nem a vontade.

Subir e descer por aquele antigo campo, nosso elemento. Voltar a farejar os mesmos aromas de outrora. Hoje mesmo, não haveria prazer maior se eu voltasse às ruínas e encontrasse os mesmos lobos. Se engalfinhando, a brincar as mesmas brincadeiras de outrora.

Que bom seria se eles parassem tudo o que estivessem a fazer quando me vissem! E lançassem aquele olhar, tão característico e tão genuíno e do qual sinto tanta falta!

Aquele que diz: "Lógico que sentimos saudade!

Só que não aguentamos esperar tanto."

E seria bom. Tocar o chão e sentir o vento é diferente sem vocês. E é diferente com vocês.

E caçaríamos. E voaríamos baixo. E assustaríamos os mesmos seres de outrora com nossas táticas, caóticas e intrincadas, mas que sempre funcionavam.

E anoiteceria. E é aí que seria melhor ainda. Porque uivaríamos. E morderíamos. E sangraríamos.

E quando chegasse a hora de dormir, fugiríamos do frio... juntos.


(Uma borboleta no chão. Corro em direção a ela.)


E o instinto desse velho lobo finge, com sucesso, que não há mais saudade alguma.



Carpe Diem. Amo vocês.


Um comentário:

  1. Fingir que a saudade não existe (com sucesso) é importante... É uma pena que nem sempre conseguimos, né?
    Eu sinto saudades de tantas coisas... Aliás, a saudade é uma coisa muito interessante, porque só existe na Língua Portuguesa... Será que só nós, falantes da "Flor do Lácio", sentimos isso?! Por que não há esse mesmo verbete em outras línguas?
    Ontem (11/09)fez dois anos que meu amado pai se foi... Mas as saudades serão para sempre! Além das saudades de tantas outras coisas que ficam pra trás em nossas vidas...
    Linda metáfora (era uma metáfora?)... Rs...
    Beijo!

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