sexta-feira, 5 de junho de 2009

Mico-leão dourado é o caralho.

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Now playing on iTunes: Jamiroquai - Black Capricorn Day
via FoxyTunes



Eu não acredito em quem defende o planeta. Sim, isso mesmo que você leu. Não acredito.

Defender os mares? A Floresta Amazônica? Os dragões-de-komodo? Balela. Todos estão se lixando p'ra isso.

Quem defende causas proambientais não está lutando para manter a longevidade do planeta. Está, sim, tentando garantir a sobrevivência dos seres humanos aqui. E nem são todos os seres humanos, vale salientar. O que o homem quer mesmo é preservar a si mesmo e sua linhagem (e não vou me ater a esse narcisismo, porque eu teria que incluir Freud na conversa e o texto seria no mínimo umas oito vezes maior).

Não estou dizendo que o esforço em preservar o planeta, por causa disso, perca sua legitimidade. O que eu não suporto, contudo é o discurso travestido de "salvem a Mãe Natureza", quando na verdade quer dizer "salvem o meu rabo". Se hipoteticamente não houvesse mais nenhum humano por aqui (e nenhuma supernova imprevista destruir todo o nosso sistema solar), a Terra possuiria plenas capacidades de recuperação. Pergunte isso a qualquer cientista da área.

Somos nós que obstamos o processo.

Sabe-se lá o motivo de termos "evoluído" a ponto de não contarmos com defesas naturais para sobrevivência. Não dispomos de garras, presas, asas, pelugem ou habitat natural. De fato, a alternativa foi lançar mão de nossa sapiência para modificar os recursos ao nosso redor e construir artefatos que facilitariam nossas vidas. O barro se transformava em cuia. O cipó se transformava em corda. A pedra se transformava em ponta de lança. E passamos a complexificar os problemas, o que demandou em soluções também mais complexas. Transformamos teares em indústrias, cavalos em automóveis e tambores em iPods. E em meio a esse processo passamos a nos considerar a coisa mais importante desse Universo. Porque só nós temos reveillón, supermercado e Jesus Cristo.

E tudo degringolou. A ponto da Terra chamar nossa atenção p'ra nos avisar que era nossa mãe, mas nós não éramos filhos de puta. Que se a gente não soubesse brincar com os outros irmãozinhos não ia mais ter banho, almoço nem quarto arrumado p'ra ninguém. Fizemos ouvidos de mercador e a situação só veio a piorar. Hoje estamos com uma situação de aquecimento global irreversível, catástrofes naturais avassaladoras e governantes que não param de poluir seus países em nome de um "progresso" que nos levará à extinção.

É fato que muitos estão aí p'ra minimizar os danos... Mas nós nunca defenderíamos o meio ambiente se não fosse por duas palavrinhas: impacto ambiental. E não é simplesmente o impacto que tal ação cause à natureza. E, sim, no que isso vai repecurtir nas vidas dos seres humanos. Mais especificamente, na minha vida.

Não me considerem um pessimista. Não estou convocando todos a um laissez-faire até que tudo exploda e não tenhamos mais chance. Apenas estou criticando o foco que os tais ambientalistas assumem como problema. Se realmente estivéssemos comprometidos em preservar toda a vida no planeta, não permitiríamos que nenhuma árvore fosse derrubada. Nem aquela que compõe o belo telhado da casa do ambientalista. Se o discurso de reposição de recursos fosse igualitário, todo mundo teria um filho novo para substituir o que foi atropelado por um ônibus.

Os únicos "ou" envolvidos nessa função são: ou a gente cuida do planeta onde vive ou viramos carta fora do baralho. Se conseguirmos salvar baleias, araras e a Mata Atlântica no processo, tanto melhor.

Um feliz Dia Mundial do Meio Ambiente para todos.


Carpe Noctem. Amo vocês.

P.S: gostaria de agradecer a Patrício Jr., por ter ampliado a discussão ao publicar esse texto no seu Plog.

Um comentário:

  1. Fiz uma postagem sobre esse mesmo assunto...só q numa outra perspectiva...mas concordo com vc, breno
    vou te colocar como link nos favoritos
    abracao
    ah, a postagem
    http://lucenafilho.blogspot.com/2009/01/salvem-o-planeta-minhocas-e-arvores.html

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