
Eu tinha planos. Sério mesmo, eu tinha. Vizinhança tranquila, casa longe do trânsito, criança correndo na rua, um dálmata no quintal, novela... eu ficava feliz somente à iminência disso tudo contigo.
Mas você não quis mais brincar de ser minha.
E daí que foram só três meses? Filmes duram uma hora, duas, e eles já sabem que vai ser p'ra sempre. Eu acreditava mesmo que ia ser p'ra sempre.
P'ra ser sincero, eu ainda acredito.
Como disse o poeta, "estamos medindo forças desiguais". Tenho que me recolher à inevitável unilateralidade do amor insustentável a apenas um dos dois.
Como esquecer o inesquecível? Como me dar conta de algo que não acredito? O máximo de promessa que posso fazer é: me adaptarei. Não acabou, mas em tua honra me adaptarei.
Mas não tire de mim o direito que o meu peito tem de rasgar em pranto. Não negue a maternidade de cada lágrima. Que você não sente mais nada por mim... disso não duvido. Falaste em alto e bom som.
O que duvido é que você arranque esse sentimento daqui de dentro. Recomendo que nem tente.
Já que ele não pode ser nosso, deixe esse meu amor por ti ser meu.
E somente meu.
Carpe Noctem. Amo vocês.
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