quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

E "E" É "É" E É "Ê"?


Talvez pelo fato de Natal ser um lugar cosmopolita, à revelia de seu cascudiano provincianismo: não é difícil encontrar, em grupos de amigos, pessoas vindas de fora da cidade e/ou do Estado. Eu, por exemplo, tenho em meu círculo paulistas, paraibanos, pernambucanos, cariocas, cearenses, paraenses, brasilienses, tocantinenses, piauienses, baianos, gaúchos... até mesmo um ou dois potiguares!

A questão é: em meio a essa babel intranacional, sempre surgem discussões no campo da língua. Sobretudo na fonética.

“prÉ-guiça”, “prÊ-guiça” ou “prI-guiça”? “Ó-bservação” ou “Ô-bservação”? E lá vai cada um defendendo o seu ponto de vista sobre pronúncias. Uns defendendo regras. Outros defendendo bairrismos. Outros, ainda, defendendo a estética. E a grande maioria, defendendo vícios.

Grafemas são meros símbolos. Eles por si só, não emitem som algum. O som que imaginamos e proferimos quando os criptografamos é mera associação. Contudo, havia uma regra que eu seguia. Com algo de estabelecido, irrefutável. Um “o” solto tem som de “ô”, e não de “ó”. Sem acentos, o som era esse, mesmo, como, por exemplo, “pÔuco”, “mÔça”, etc. Estava tudo resolvido, então.

Mas agora, com a nova reforma, virou um relativo samba-de-crioulo-doido. Com a vigente regra da exclusão de acentos nos ditongos abertos “éi” e “ói” das paroxítonas, “heróico” vira “heroico”, mas continua soando “heróico”. Ou seja, mesmo sem o acento agudo, “o” soará “ó”.

Concluindo:

“a-É-i-Ó-u” ou “a-Ê-i-Ô-u”?

Agora, depende.


Carpe Diem. Amo vocês.

Um comentário:

  1. Eu também defendo meus vícios. Por exemplo, eu não me importo de fumar perto de quem não fuma; não me importo de beber e ser carregada pra casa como um saco de lixo reciclável, tendo sido bem inconeveniente antes de virar lixo; não me importo de falar de boca cheia. Brigo com quem acha ruim. Defendo mesmo: Meus vícios são só meus e quem não gostar, vá reclamar ao bispo!
    KKKKKKKKKKKKKK!
    A prpósito: a tal reforma só veio pra complicar ainda mais o que já era complicado... Regras foram feitas para serem burladas.
    Beijos, Breno!

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