quarta-feira, 6 de agosto de 2008

You Had Me But I Never Had You.


Ontem, ao circular pela cidade, vi uma cena aparentemente comum: uma mãe que andava de mãos dadas com o seu filho. A criança devia ter, no máximo uns quatro anos.

E estava aos prantos.

Daquele choro sofrido. Daquele máximo de boca aberta e de olhos fechados. Daqueles comprimentos de onda que só se atingem àquela idade. Típico de criança contrariada.

Num dado momento, o filho empanca. Daquelas empancadas que toda criança dá p'ra a) enxugar as lágrimas e b) reforçar a birra. Aquelas horas em que a mãe fica olhando p'ro lado, querendo saber se tem platéia.

Da distância que estava, não consegui ouvir o que a mãe esbravejou. Mas vi que foi rápido. Em poucos instantes ela retomou o passo inicial e, sem olhar p'ra trás, estendia o braço.

Mesmo sem olhar p'ra frente, o filho também estendia seu braço. Encontrando, instintivamente, a mão de sua mãe.

E à revelia de cada um estar, à sua maneira, puto com o outro... Continuavam a tomar o passo.

Juntos. Porque nenhum dos dois realmente gostaria que fosse do contrário.

Eu nunca havia me apercebido do poder de tal gesto.


Carpe Diem. Amo vocês.

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