
Ontem, ao circular pela cidade, vi uma cena aparentemente comum: uma mãe que andava de mãos dadas com o seu filho. A criança devia ter, no máximo uns quatro anos.
E estava aos prantos.
Daquele choro sofrido. Daquele máximo de boca aberta e de olhos fechados. Daqueles comprimentos de onda que só se atingem àquela idade. Típico de criança contrariada.
Num dado momento, o filho empanca. Daquelas empancadas que toda criança dá p'ra a) enxugar as lágrimas e b) reforçar a birra. Aquelas horas em que a mãe fica olhando p'ro lado, querendo saber se tem platéia.
Da distância que estava, não consegui ouvir o que a mãe esbravejou. Mas vi que foi rápido. Em poucos instantes ela retomou o passo inicial e, sem olhar p'ra trás, estendia o braço.
Mesmo sem olhar p'ra frente, o filho também estendia seu braço. Encontrando, instintivamente, a mão de sua mãe.
E à revelia de cada um estar, à sua maneira, puto com o outro... Continuavam a tomar o passo.
Juntos. Porque nenhum dos dois realmente gostaria que fosse do contrário.
Eu nunca havia me apercebido do poder de tal gesto.
Carpe Diem. Amo vocês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário