terça-feira, 19 de agosto de 2008

Uma ficção que, de mentira, não tem nada.


Era um dia qualquer. Eu estava sentado, a sorver mais uma tragada da então vida quotidiana. Batendo papo com a garota que estava sentada à minha frente sobre algo extraordinariamente prosaico. E ríamos muito.

Foi quando ela apareceu. Caminhou em seu silêncio habitual e sentou-se ao meu lado, como habitual. Cumprimentei-a de forma carinhosa, também como habitual. Da forma mais carinhosa como ela permitiria que o fosse.

(Como habitual.)

Enquanto ela se acomodava, continuei a conversa com a outra garota. Como o prosaísmo do assunto exigiria, foi um conversa curta. E ela saiu atrás de coisas menos prosaicas.

Quando, enfim, voltei-me, vi que ela havia sacado uma caneta de sua bolsa. E, sem dizer nada, escreveu, em mim:

MEU.”

Isso foi surpreendente de várias formas. A primeira, pela assunção do termo o peso de um vocábulo tão curto. A segunda, porque ela usou um tamanho de letra nada garrafal. Não era para os outros lerem. Era, pois, direcionada para mim. A terceira, pela intensidade da entrega – Mesmo sendo ilegível, não era costumeiro a ela dar uma bandeira dessas.

E a quarta, última e mais ingente... Não era necessária marca alguma.

À revelia do que ela fazia e fez com essa informação... que eu era dela, tanto ela quanto eu quanto o mundo inteiro já sabia.


Carpe Diem. Amo vocês.

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