quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Antissuserano.

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Now playing on iTunes: Kings Of Leon - Molly's Chambers
via FoxyTunes


Hoje o meu Quarto ficou pequeno.

Meu feudo, domínio e caos-pessoal não era o bastante para conter-me.

O colchão espinhava. O violão emudecia. As paredes diminuíam.

Meu corpo se contorcia. A respiração dificultava. Vi-me em involuntária posição de feto.

Doía cada passo dado. Cada inspiração, uma gestação. Cada expiração, um parto.

Em meio à extenuante cefaleia, tateei a parede, encontrando uma nova textura. Tecido.

Afastei-o e senti vidro. Com o pouco da força que restara de mim, golpeava o vidro. As mãos ensanguentadas, absorvendo os estilhaços menores e repelindo os maiores.

Após muita resistência, a estrutura cedeu. Um raio de sol finalmente fugia de seu cárcere de janelas e cortinas.

O olho estranhava o estímulo. Estranhou até transcorrer a era de estranhar. A luz aos poucos oferecia aos meus olhos o direito de permanecer abertos.

E eu o vi.

O Mundo.

A princípio, ele não parecia oferecer nada. Nem era somente meu! E eu, contorcido, ofegante e com as mãos vertendo sangue, não o senti apto para mim.

Até vê-la. E ela ver-me. E ela sair dali. E eu vê-la saindo.

E por um segundo, sorri com a simples possibilidade de conforto, ar e cura. Afastei o vidro e saltei a vê-la.

Quem disse que não era somente meu?

Hoje o Mundo ficou maior que meu quarto.


Carpe Noctem. Amo vocês.

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