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dor
dor¹
sf (lat dolore) 1 Med Sensação desagradável ou penosa, causada por um estado anômalo do organismo ou parte dele; sofrimento físico. 2 Sofrimento moral. 3 Dó; pena, compaixão. 4 Remorso: A dor dos pecados. sf pl pop Os sofrimentos do parto. D. cansada: dor surda, nem forte nem aguda. D. ciática: nevralgia no grande nervo ciático, localizada geralmente na parte posterior dos quadris e às vezes em toda a perna. D. de alma: grande sentimento pelas desgraças próprias ou alheias. D. de barriga: enteralgia. D. de cadeiras: dor lombar ou sacrolombar. D.-de-canela: dor-de-cotovelo. D.-de-corno: dor-de-cotovelo. D.-de-cotovelo: despeito amoroso; ciúme. D.-d'olhos, pop: nome genérico de várias afecções oculares: conjuntivite, blefarite, tracoma etc. D. fulgurante: dor intensa e rápida. D. vagas: nevralgia errática. Dar dor de cabeça: dar aborrecimento. Tomar as dores por alguém: ficar uma pessoa sentida com ofensa feita a outra, assumindo-lhe a defesa; doer-se por.
(Fonte: Moderno Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa)
Sendo assim, a dor é a reação a algo com o qual o organismo (assumindo como "organismo" todo o indivíduo - o psíquico, fisiológico e social) não concorda que conviva com ele. Ou seja: é você dizendo p'ra você mesmo que manter o que se mantia é comprometedor à sua integridade.
E várias são as maneiras que um organismo tem de expressar sua dor. Às vezes ele é honesto conosco e faz um dano à mão doer exatamente na mão danificada. Mas, quando ele é permitido, torna-se matreiro: faz uma aflição pulmonar doer no encéfalo, ou uma cerebral migrar para a mão. Noutras vezes, a dor consegue ser mais poética e fazer a alma doer no coração. Ou a mente irradiar para as pernas.
Muitas vezes uma dor se esconde em seus sintomas e pensamos seriamente que o mais importante é combatê-los - Afinal de contas é a maneira mais célere. É prático. Em pleno Século XXI do Ocidente, buscamos soluções imediatas para as aflições - sejam elas empíricas ou farmacológicas, legais ou ilegais.
E assim, vamos vivendo. Curando as dores da morte com benzodiazepínicos, brigas entre amigas com idas ao shopping e a perda da mulher amada com gin.
E quando um problema de mesma ordem surge, lá estamos nós. Vulneráveis. De novo.
"Quem nunca vivenciou o amor não consegue esperar amor. Quem sempre teve amor desconhece o abandono.", disse minha Professora de Psicologia Hospitalar quando à época da Graduação. Pode até parecer uma afirmação seca, mas todos os sentimentos que expressamos são aprendidos. Educados. Faz-se mister elaborar um repertório emocional para saber como externar o sentido para o outro na relação. E não há como aprender a reagir a algo que nunca se sentiu. Qualquer coisa que transceda ou finja isso é psicose, stricto sensu.
Não há como esquecer dores guardadas e garantir que elas nunca mais voltem. Acreditem: o ser humano administra suas dores tão mal que, com a técnica correta, ele pode discutir com uma cadeira vazia só imaginando que a mãe está lá. Ou seja: conseguimos gastar muita energia com muito arrodeio. Só p'ra não nos havermos com o problema real.
Sentir a dor e entender a sua fonte é a melhor defesa para não senti-la desnecessariamente de novo. Manter a gestalt aberta é irresponsabilizar-se por si próprio.
Carpe Noctem. Amo vocês.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
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