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Now playing on iTunes: Cartola - Amor Proibido
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Certa feita, durante uma aula de Aikido, o sensei pediu para que treinássemos quedas. Pura e simplesmente. E num ritmo bastante puxado: levantávamos-nos, preparávamos a posição ideal, caíamos e levantávamos novamente. Num determinado momento, enquanto estávamos no chão, o sensei ordenava que ficássemos ali. Parados. Deitados. Respirando. Durante dez segundos.
E assim fazíamos. Repetíamos o ciclo. Em determinados momentos, ele intervia sempre perguntando:
— O que vocês aprenderam com isso?
Todos nós, tentando alcançar a sabedoria da austera figura à nossa frente, dissertávamos sobre o poder da prática, a maturidade em saber cair e tantas outras coisas profundas sobre a doutrina, o quadrado-triângulo-círculo, o Universo e lá vai. Ele assumia uma feição desdenhosa, olhava para cima e, serenamente, dizia:
— Repitam.
E lá íamos nós, a repetir o ciclo, decepcionados com nós mesmos, a perguntar qual foi a aula que a perdemos que tinha o macete p’ra responder essa pergunta.
Após dezenas de séries e repetições, ele pediu para que ficássemos em posição cerimonial. Suados, esbaforidos. Derrotados.
Ele perguntou novamente. Nós respondemos novamente. Ele sorriu e disse:
— Vocês não aprenderam a valorizar os dez segundos de descanso entre uma série e outra?
O aprendizado, simples e poderoso, fez-se percebido entre todos. Era unânime.
E isso é o bonito do Aikido. A lição já estava dentro de nós.
Faltava apenas alcançá-la.
Carpe Noctem. Amo vocês.
terça-feira, 19 de maio de 2009
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