sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Quando a luz surge. É aí que tens medo?


Invernal – era como tu agias.
Obscuras tuas intenções.
Torpes, tuas emoções.
Sub-reptícias, tuas alegrias.

Pequenos teus contentamentos.
Escusas, tuas obras.
Envenenadas, tuas sobras.
Ausentes, teus lamentos.

Vitórias vis.
Vi tua vitória,
Negra manhã.

E, admitis:
Tua vanglória
É glória vã.

Carpe Diem. Amo vocês.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Infrarromantismo.


Conhecemo-nos exatamente como muitas pessoas não se conheceriam: fingindo ser outras pessoas. E nos enjoamos. Não um do outro, mas nós de nós mesmos. Pedimos desculpas, não a nós mesmos, mas um ao outro. E começamos do zero.

Ela detestava o que eu amava. Mas, diferente das outras que antes haviam surgido, eu amava isso nela. E amava o fato de poder executar minhas doces vinganças... Detestando, também, o que ela amava.

E, juro, não era birra ou vingança gratuita: eu REALMENTE detestava certas coisas nela. Em certos casos, era de se questionar se eu não a detestava realmente, dada a quantidade de coisas nela que eu detestava.

E, juro, também, não eram coisas superficiais ou irrelevantes. Alguns aspectos realmente embasavam sua personalidade. Chocavam terminantemente com o que eu procurava numa mulher. E eu sabia que esse sentimento era recíproco da parte dela.

O que importa é: amávamos-nos loucamente.

Juiz parcial. Torcida contra. Três gols a menos de diferença.

E mesmo assim, éramos unos.

O tempo passou. As diferenças permaneciam as mesmas. Até mesmo porque ninguém queria que fosse o contrário.

Baixas expectativas? Acomodação? Problemas na formação do Inconsciente? Pouco importa. O que interessa é que estamos há tantos anos juntos. Genuinamente felizes e satisfeitos. Completos. Sem vontade de nos trocarmos por ninguém.

...

Chupa essa manga, José de Alencar.

Carpe Diem. Amo vocês.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

For No One (2)


“Chora, disfarça e chora. Aproveita a voz do lamento que já vem a aurora. A pessoa que tanto querias, antes mesmo de raiar o dia, deixou o ensaio por outra.

Oh! Triste senhora, disfarça e chora.

Todo o pranto tem hora. E eu vejo seu pranto cair no momento mais certo.

Olhar, gostar só de longe, não faz ninguém chegar perto. E o seu pranto, oh! Triste senhora, vai molhar o deserto.

A pessoa que tanto querias, antes mesmo de raiar o dia, deixou a escola por outra.
Disfarça e chora.”
(Cartola & Dalmo Castelo - Disfarça e Chora)


Carpe Diem. Amo vocês.

Gaza.













Existem coisas que não cabem e nunca vão caber nos livros de Geografia.







Carpe Diem.


أنا أحبك.


Hangover.



De volta à vida real – Todos os seus ônus e bônus.

Algumas mudanças já são sensíveis. Como num livro de história, que nos dá a impressão de que a sociedade muda completamente de zeitgeist do dia p’ra noite.

Outras mudanças ocorreram consoantes às mudanças anteriores. Algumas mudanças nem ocorreram. Outras dão sinal de que nunca vão ocorrer.
(Algumas não-mudanças são inevitáveis.)

Acúmulos de ressacas, de todos os jaezes. Mas, como todas as boas ressacas, carregam consigo um sorriso de canto de boca. Daqueles que você quer e não quer que sejam notados pela pessoa ao lado.

Acabado? Destruído? Muito provavelmente.

Mas... derrotado?

Nunca.


Carpe Diem. Amo vocês.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Desiderata (2)



O que desejo a vocês nesse novo ano?

O mesmo de sempre. Limpo e seco.

Desejo que vivam, óbvio. Vocês e suas idéias. Que elas nasçam, cresçam, se reproduzam e morram. E que morram para que outras possam nascer, mais vibrantes, velozes e belas.

E que tenham a humildade de concordar com o novo. E a grandiosidade de perceber que a idéia nova deu-se pela sua idéia antiga.

Que sigam em linha reta. Ou espiral. Ou senoide. Ou helicoide. Ou em pura entropia.

Contanto que sigam.

Quero que sintam. Que elevem. Que atinjam.

E que errem. Errem muito.

Nada de erros calculados. Nenhum sucesso se logra com erros calculados.

Alguns dos maiores aprendizados se obtiveram por acidente. Nunca se esqueçam disso.

E que o ano que vem depois do ano que vem seja pleno das mesmas incertezas. Quando se sai do tatame incerto do que aprendeu - aí está o verdadeiro aprendizado.


Hoka Hey. Pax et Bonum. Chaos And Creation. Jah guru deva ohm.


Carpe Diem.


Amo vocês.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

礼物 (Li Wu)



Certa feita, o articulista que vos escreve foi surpreendido com um comentário feito aqui no blog. Na verdade, a surpresa surgiu antes de lê-lo.

Minha amiga [e fiel leitora (obrigado!)] Inês "encontrou-me" virtualmente e contou-me que havia mostrado o site para a sua mãe, que gostou tanto de
um texto que escrevi a ponto de deixar uma contribuição na área de comentários. O que só atiçou minha curiosidade, dado o fato que eu enfrentava problemas técnicos e não pude acessar o site de imediato.

Tive que gastar uma grana p'ra poder acessar o blog pelo meu telefone... mas o esforço valeu a pena! Um belo poema, que sempre achei injusto estar tão escondidinho...

Por isso, resolvi publicá-lo. Sem a autorização dela, mas com o aval da filha, que falou não haver problema algum... Assim espero, viu, Inês?

Sem mais delongas.



Puxa vida! Somos mesmo grandes palhaços no palco da vida. (Puta chavão... vixe!)

Primeiro eu me apresento:
Sou Nika Florence, mãe da Inês.

Em segundo lugar peço licença ao poeta-publicitário e postar uma "porcaria" que escrevi pensando no que a China se transformou.
Porcaria? É... depois que a gente faz o curso de Letras e não tem pendores literários, acha que é lixo tudo o que escreve.
Lá vai:



PEQUIM

(Nika Florence)

Papel de arroz
Sexo ascético
Portas corrediças
Lanternas vermelhas
Laca brilhante
Chá de jasmim
Era assim

Pequim.



Detalhe: Escrevi isso a partir do papel de carta de papel de arroz(acho até que era importado - coisas dos anos 50) que meu pai vendia na mercearia (secos e molhados) que tínhamos num Interiô do RS onde o Cão perdeu a cueca. Com a chegada das Olimpíadas, meu poema-porcaria tinha tudo a ver.

CARPE DIEM. Abraços.



Carpe Diem, Nika.

Amo vocês.

P.S: Caso também queiram apreciar os dotes da filha de Nika (Achou que eu ia deixar você fora dessa, Inês?), confiram o seu recém-criado blog, "Textos a Quatro Mãos", em parceria com seu amigo Rodrigo.